2022 foi um ano particularmente difícil para as pesquisas eleitorais. Muitos questionamentos foram levantados em relação aos resultados e muitos desses questionamentos se consolidarão para próximo pleito em 2024.
Quais são as alternativas? Como se preparar?
Sem a pretensão de ser um guia, esse texto levanta alguns pontos que acreditamos ser importantes para garantir a qualidade dos dados que serão coletados – uma mistura de tecnologia, técnica e preparação.
Muitas vezes deixada em segundo plano, alguns institutos focam em ter o melhor questionário, sofrem pressão para inserção de questões diversas e acabam ficando sem tempo para esta etapa tão importante. Escolher um método amostral, ter as informações demográficas da população que será estudada, ter as regiões, os perfis, a identificação dos fatores que podem influenciar o comportamento da amostra …itens que parecem básicos, mas que fazem toda diferença (claro, ter dados atualizados do censo é relevante nesse desenho).
Contar com uma equipe de confiança para realizar as entrevistas com profissionais preparados que sigam as instruções, que respeitem os limites e as boas práticas de coleta de dados é fundamental nesse processo, já que é o entrevistador o elo entre o que se pretende perguntar e a resposta obtida (reduzir a interferência de fatores externos é papel de um bom entrevistador).
Existem diferentes técnicas e abordagens do campo. É importante que seja feito um trabalho de estruturação, proporcionalidade, acerto entre margem de erro e intervalo de confiança para então definir o tamanho amostral, área de abrangência, entre outros fatores. Além de conhecer os aspectos definidos nas regras devemos ter um conhecimento sobre o campo de aplicação, o local, o trânsito de pessoas. E aqui estamos focando nas aplicações presenciais apenas. Aplicações por email, telefone e redes sociais seguem outros critérios e regras, onde o conhecimento prévio da listagem é item primordial do checklist!
Deve ser uma aliada em todas as etapas do processo e, para isto, saber das potencialidades e limitações. Uma coleta com apoio da tecnologia (leia-se coleta com uso de dispositivos móveis), pode ser um diferencial pois permitirá rastreabilidade de cada entrevistador, tempo médio de coleta, coordenadas GPS, coleta de assinatura, foto, etc – e isto tudo acaba permitindo, sem validação por telefone, já ter uma ideia de como foi o campo (sempre recomendamos uma checagem aleatória de entrevistas por meio da coleta de nome/telefone do entrevistado). Além disto, a coleta via dispositivo móvel permite uma integração direta entre banco de dados e dashboard, sendo possível acompanhar em tempo real a coleta e, ao final, ter rapidamente um relatório. Algo que também é viável: coleta multimeio – ou seja, parte da coleta com dispositivos móveis e parte com coleta papel (com ou sem leitura scanner) pode ser uma alternativa interessante!
Fale com profissionais de pesquisa que lhe acompanhem no processo de estruturação!