A concepção e a redação do questionário constituem fases cruciais do projeto de pesquisa. Convém dedicar tempo e recursos necessários e agir com método. Para empregar uma metáfora, podemos considerar o questionário como uma casa que será construída, e o trabalho do pesquisador é como o de um arquiteto. Nesta lógica, é importante proceder de modo estruturado colocando boas questões desde o início do projeto:
As respostas obtidas ajudarão a definir as grandes linhas do questionário, respeitando os princípios fundamentais que vamos apresentar.
Um bom questionário deve desde o início responder aos seus objetivos. Uma vez que os dados foram coletados e analisados ele permitirá aportar respostas a todas as questões que o decisor (ou pesquisador) coloca. Nem mais, nem menos. Se trata do campo de investigação.
Com o objetivo de fazer o questionário, o pesquisador primeiro vai redigir algumas frases que delimitam o campo de investigação. Se trata de listar de maneira clara e explícita as questões principais que se colocam e que justificam a realização da pesquisa. O que se deseja saber? Atenção, quando redigir o campo de investigação não é necessário entrar em detalhes. Por outro lado, escolher as palavras adequadas já delimita o perímetro da pesquisa e os diferentes assuntos que serão abordados.
Isto feito, uma parte importante da pesquisa não será omitida, nem serão feitas questões inúteis ou fora do assunto pesquisado. Esta fase é particularmente importante e demanda muitas etapas de validações sucessivas entre o encarregado da pesquisa e seu cliente, seja ele interno ou externo.
A partir de campo de investigação elaborado com o pesquisador, a fase seguinte consiste em construir uma arborescência geral do formulário de coleta. Se trata de identificar as grandes partes do questionário, tal qual definido no campo de investigação. Em paralelo, podemos nos apoiar nos grandes temas principais de outros estudos (comportamentos, opiniões, motivos, identificação).
Para concretizar a arborescência de um questionário, o pesquisador poderá utilizar diferentes ferramentas: softwares especializados na gestão de projetos simples, mapas mentais, função Organograma do Power Point ou a função de diagramação no software iQ3.
A concepção do questionário necessita de um verdadeiro trabalho de design - certamente mais elaborado que apenas uma redação simples. Isto vai garantir que o questionário, quando finalizado, será uma ferramenta de coleta pertinente e coerente que responderá perfeitamente aos objetivos da pesquisa. A partir deste plano, o pesquisador, poderá começar a redação das questões propriamente dita.
A formulação das questões é uma fase particularmente delicada, pois ela exige da parte do pesquisador uma série de qualidades raras: clareza, espírito de síntese, empatia e riqueza de vocabulário.
Há 6 regras que devem ser respeitadas ao redigir suas questões:
Essas 6 regras permitirão construir um questionário eficaz que vai favorecer uma boa taxa de retorno.
Evidentemente, o redator deverá levar em conta como a pesquisa será difundida:
Esses canais de difusão podem ser usados concomitantemente ou então de forma sequencial. Por exemplo, para uma parte da base de dados enviar o questionário por email e outra parte ser administrada diretamente no local de trabalho, com entrevistadores e uso de dispositivos móveis.
Seja qual for, se o timing e o orçamento da pesquisa permitirem, é importante realizar um pré-teste da pesquisa (para algumas pessoas). Isto permite verificar se o método de contato e a redação do questionário serão bem recebidas e efetuar os ajustes necessários para a versão final da pesquisa.
Texto traduzido e adaptado de:
https://www.lesphinx-developpement.fr/blog/comment-creer-un-bon-questionnaire/