Esta é uma pergunta que seguidamente nos colocam: se eu tiver uma base com 1.000 nomes, quanto responderão minha pesquisa? E a resposta está longe de ser um número exato, mesmo quaisquer estimativas possuem uma margem de erro muito grande.
A dificuldade em afirmar quaisquer coisas reside em alguns fatores como: qual a origem da base de dados? qual a natureza do estudo? qual será o meio de coleta? qual o público-alvo? e, certamente, outros pontos ainda poderiam ser levantados aqui.
Mas então, dadas as incertezas, como posso garantir uma potencial margem de sucesso maior? Essa sim é uma boa colocação mas, antes de entrar propriamente em alguns conselhos, vamos tirar da mesa aqueles estudos com amostragem pré-determinada (pois nesses casos o número de respostas deverá ser atingido e, para isto, todos os eforços serão feitos) e vamos nos focar nos estudos aqui ditos mais “abertos”, de participação espontânea.
Qual pesquisador, gestor, contratante não quer olhar um gráfico de acompanhamento e se surpreender positivamente: “uau, quantos participantes! que sucesso!”.
Mas chegar nesse ponto não é tão simples e aqui vão algumas dicas:
- Relacionamento: ter um relacionamento com a sua base de dados e não apenas querer “tirar” algo dela, procure uma forma de entregar algo também (um benchmarking, um diagnóstico, etc.). Ter aquela base de dados guardada para eventualmente apenas mandar uma pesquisa, fora de contexto, também não ajuda. Ou seja, cultivar a base de dados é algo importante e dá trabalho – mas compensa!
- Multimeio: isso quer dizer que uma lista de contato, ou um objeto de pesquisa, enseja determinada forma de coletar o dado (por email, telefone, presencial, SMS, WhatsApp, etc). Quanto mais fácil for para o respondente, maior será a adesão – uma mesma pesquisa pode ter diferentes meios de coleta combinados. Em termos de custo, eventualmente criar um funil de coleta ajuda (ou seja, começa convidando os respondentes com a forma mais em conta para então ir migrando para formas que requerem maior investimento).
- Objetividade: aqui um conselho especialmente para aqueles profissionais que não tem a pesquisa como sua atividade rotineira e, quando decidem pesquisar algo, tendem a inserir “n” questões (sendo “n” um número grande!) adicionais, apenas para aproveitar que está pesquisando. Toda pergunta precisa ter um objetivo, precisar estar no instrumento pois agrega ao objetivo geral do projeto, ao focar exclusivamente na temática o número de questões tende a ser menor, melhor pensado e, do lado do respondente, mais prático e rápido, facilitando a participação e aumentando a taxa de resposta.
- Comunicação: programe todas as etapas da pesquisa, fale com todos os atores envolvidos. Dependendo do caso, previna seus respondentes que você, ou alguém (empresa) da sua confiança, vai conduzir um estudo em seu nome. Além disto, deixe claro informações como (a) quanto tempo demora para responder, (b) o que será feito com os resultados, (c) como serão tratados os dados, (d) quais as datas-chave e as ações programadas. Tente comprometer o seu respondente com a sua pesquisa, ele compreendendo o todo, a chance de querer participar e incentivar outras pessoas a participarem é maior.
- Hoje e amanhã: especialmente em pesquisas recorrentes (semestrais, anuais,…) o seu comprometimento com a rodada atual vai influenciar demais a predisposição em ciclos futuros. Seja comprometido, cumpra todas as etapas e fases da pesquisa, isso vai gerar uma confiança no processo, no resultado e nas ações propostas.
- Visual e flexibilidade: invista tempo e recursos em melhorar a usabilidade e a aparência de sua pesquisa. Parece um conselho bobo, de menor importância e, pelo contrário, tem um efeito importante na taxa de resposta. A pesquisa precisa ser de fácil acesso, seja por onde for (celular, computador, tablet,…) e não pode ter questões de difícil preenchimento, difícil compreensão. Muitas vezes devemos adequar a questão para termos a melhor formatação de coleta. Seja crítico com seu questionário e assim poderá ter um resultado melhor.